Anoitecer!

No horizonte vejo o desenho azul esbranquiçado dos últimos traços do dia que se perdem.

Aqui um juntado de gente.

É a primeira sensação de início de ano.

Uns ouvem música. Outros jogam cartas. É há também aqueles (como este caboclo) que se embebedece de inspiração pra dizer toda a sua sensação de felicidade.

O lugar é encantador. Sem descrição simplória. É algo que encanta porque dá de presente para os presentes um gosto de plenitude.

É o milagre que une o bom gosto do ser humano cercado por criações inexoráveis da própria natureza.

Era um morro e agora virou Morrinhos. É notadamente um nome de realce. Combina arquitetura com formosura. Um esplendor de lugar planejado por Deus na pedra bruta que foi lapidada por uma artista de bom gosto.

Não bastasse tais encantos a chegada do anoitecer da primeira (e completa) noite de 2018 nos oferece uma sensação de magnitude.

É a mistura de alma com corpo que se mistura com a inspiração efervecendo o sentimento como se fosse um holofote que ilumina os céus.

Talvez sejam os eflúvios de nossa alegria. Talvez a essência de plenitude que o ser humano carrega consigo.

Isso tudo misturado dentro de um só peito causa um torpor de satisfação e ternura.

O poeta se vê refém de um gosto interior que transcende as leis ordinárias da razão.

Deixa -se levar pelo acordes de uma caixinha de som que exibe aos ouvidos músicas do passado.

Aí, na sua solitária reflexão escuta como ritmo de fundo o cantar de cigarra que vem acompanhado pelo ritmo grave do grilo.

Meus amigos e familiares jogam indiferentes um carteado silencioso. Estão concentrados, mas vejo neles uma indelével leveza da alma. Ouso imaginar que se entregam ao enlace deste anoitecer.

Logo, logo, sou interrompido pelos pescadores do lago que me apresentam seu troféu; uma sacola de peixes variados.

Eles também exibiam um largo sorriso de ter atingido a dádiva da terra e da água.

Bem. Nada é eterno. As sensações podem ser expressadas assim de forma tão singela quando a natureza chama o homem para o seu esplendor.

Por isso finalizo extasiado por momentos que marcarão meu subconsciente.

Tudo por ter vivido e estado junto com pessoas tão prendadas.

Aí...Não pude olhar o quase pernoite sem deixar registrado a minha satisfação de estar aqui e poder registrar tão prodigioso momento.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 03/01/2018
Reeditado em 03/01/2018
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