O CORPO MATERNO E A MÁGICA VIAGEM

Saí da matéria etérea

a que estava subordinada

pelas leis universais.

Teu corpo, aberto em flor,

dava-me sinais.

Querias abraçar o Amor,

senti-lo nas mais altas

expressões angelicais.

Chamaste-me com doce suavidade.

Eu atendi, disposta à felicidade.

Mãe,

por um impulso natural

-conduzido pela Suprema Inteligência Universal

detentora de profundos conteúdos antropológicos-

mergulhei no teu líquido amniótico.

Ali me recolhi.

Tuas ternas impressões senti.

Teu sonho de menina-mulher

me impregnou o ser.

Mãe, obrigada por na carne

me fazer reviver.

Lutas severas me aguardavam.

E disso eu nada sabia,

nem compreendia.

Linguagens complexas me escapavam.

Mãe,

teu leito acolhedor

por nove meses me aqueceu.

Mãe,

quanta coisa tive acesso

no calor do ventre teu.

Lições de Amor imensuráveis

e sutis.

Diferentes das duras provas

às quais me submeti.

Mãe,

estás sempre disposta à ensinar,

por isso todas vezes que

os estímulos mundanos

teimarem em querer me torturar...

Eu sempre voltarei, minha mãe!

Para o nosso cantinho secreto...

Buscarei pela proteção que me

deste naquele precioso lugar!

Nijinska Nelly
Enviado por Nijinska Nelly em 13/05/2018
Reeditado em 13/05/2018
Código do texto: T6335571
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