2019, o ano do dragão da maldade que não terminou

2019, o ano do dragão da maldade que não terminou

Brasil, meu Brasil brasileiro

hospitaleiro

mandou para o hospital

o mulato inzoneiro

porque era preto e macumbeiro

esse coqueiro que dá coco

não deu coco mas goiaba

Jesus Goiabinha, vestido de azul

encheu de porrada

a viadada, a sapatada, a criolada

encheu de tiro

o cacique

(tudo comunista!, tudo petista!)

Jesus cabeça oca

queimou a oca

tascou fogou na floresta

rápido e rasteiro

a tempo de participar do culto das 19h

os cidadãos de bem

invadiram a praia, o campo, a cidade

com armas de dedo ou de fogo

gritam palavras de ordem

abaixo a mamadeira de piroca!

abaixo o kit gay!

fechem o STF!

canarinhos que não cantam

só gritam e gritam

viva nosso herói!

viva o tosco!

viva o mau!

viva o vil!

a corrupção acabou!

Lula tá preso, babaca!

enquanto isso, na Sala de Justiça

Super Gêmeos, ativar!

forma de laranja-móvel

forma de chocolate meio-amargo

forma de miliciano tropa de elite dois

(mas e o PT? e o Lula?)

mas o que importa

é todo mundo burro

todo mundo porta

todo mundo morto antes da aposentadoria

acaba a educação, a saúde, a arte

desonera a máquina estatal

sobra dinheiro para o banqueiro investir

para o velho da havan sorrir

Brasil, devagar com o andor

porque o santo é de barro

não, quebrem o santo,

o andor, o templo de candomblé

destruam o diferente,

afinal, o diferente é anormal

exibam as cruzes gamadas

as suásticas em praça pública

acabou a mamata!

acabou a bagunça!

sai a promiscuidade

entram a tradição, a família, a propriedade

a seita que dói menos

chola mais kkk

2019, o ano em que fizemos contato

com o pior de nós

Carlos Cruz 31-12-2019