Porque Hoje é o dia do orientador educacional

PAULO FREIRE

Mil novecentos vinte e um decorria,

Quando Paulo Freire Nasceu,

Em dezanove de Setembro seria,

E no recife, Pernambuco, aconteceu.

Aí, sua meninice viveu,

E, a ler, sua mãe o ensinou,

Um grande volte face se deu

Quando para Jaboatão se mudou.

Aqui conheceu a dor,

Quando seu pai faleceu,

Mas a solidariedade e amor

Também ele conheceu.

Conviveu, nas suas brincadeiras,

Com os meninos das favelas,

Conheceu a vida das lavadeiras

E também aprendeu com elas.

Podemos dizer que aquela dor,

Provocada pela paterna partida,

Fez de Paulo Freire o Educador

Que Aprendeu na escola da vida.

Foi aqui que se interessou

Pela problemática do Português.

Muitas dificuldades passou,

E, ainda novo, homem se fez.

O segundo ano do secundário,

Só aos dezassete anos o começou,

Foi um homem extraordinário,

Aluizio P. de Araújo que o apoiou.

Em quarenta e quatro casou

Com Elza, uma professora primária,

Cinco filhos é a prole que ficou

Dessa relação extraordinária.

Nesse meio tempo foi convidado,

Pelo colégio Oswaldo Cruz, a leccionar

Ali se vira, outrora, abrigado

E agora, ali podia servir a ensinar.

Director do sector da educação

E cultura do Sesi, órgão recém-criado,

É a sua futura ocupação,

Mas não é homem de ficar acomodado.

Nos anos cinquenta tem projecto novo,

É no campo da educação escolarizada,

Descobre-se o educador do povo,

Faceta, em si, cada vez mais vincada.

No recife, um instituto é criado,

Capibaribe, mas não está sozinho,

Tem muita gente a seu lado,

Que quer, prá educação, outro caminho.

Paulo Freire educou a educação,

Mas também a vida politica,

Mereceu a sua atenção e dedicação,

E em prol delas sua vida sacrifica.

Ao exílio se viu condenado,

Foi um homem incompreendido,

E escreveu, já no Chile exilado

A obra “Pedagogia do Oprimido”.

Esta “Pedagogia do oprimido”

Seria a sua obra maior

Mas Paulo Freire ficaria conhecido,

Por ser um grande educador.

Este exílio lhe deu alento novo

Para explanar um projecto pioneiro,

Mas preferia dar ao seu povo

O que ensinava ao mundo inteiro.

Trabalhou com afinco e confiança,

“Cultura popular, educação popular”

E também, “Pedagogia da esperança”

Outros livros que viria a publicar.

Livros, escreveu muitos mais,

Fez poesias de cariz educativo,

Colaborou com pedagogos mundiais,

O seu método mantém-se activo.

Foi homenageado por onde viveu,

América Latina, Estados Unidos,

E outros onde desenvolveu

Projectos ainda hoje reconhecidos.

Varias escolas o adoptaram,

A Europa rendeu-se ao seu valor,

As ex-colónias portuguesas despertaram

O seu espírito de educador.

Dois de Maio de Noventa e sete,

A morte o apanha à traição,

Um enfarte do miocárdio o acomete.

Morria um nome grande da educação.

O Brasil chora a sua morte,

Mas não esquece o seu contributo,

O mundo enaltece esta alma nobre,

Que fez da educação o seu culto.

Com Ivan Illich se cruzou,

E António Sérgio conheceu,

Com mais nomes trabalhou,

A todos ensinou e com todos aprendeu.

A dizer, muito mais havia,

Mas para não ficar complexo,

As fontes e a bibliografia,

Juntámos em páginas em anexo.

Terminamos a nossa reflexão

Com uma questão sempre nova

“De que servirá a educação

Se não for, permanentemente, colocada à prova?”

FrancisFerreira