VER O DIA... RAIAR!
Acorda, balouçando seus loiros cabelos,
O dono do mundo dos olhos vermelhos...
Lá vem ele! Despontando atrás das colinas
Dispersando as brancas nuvens de neblinas
Enquanto o vento grita na imensidão celeste
Despertando todas as populações terrestres...
Vão-se as estrelas fugindo pelos véus dos ares...
Borboletas das asas de luz voam pelos pomares...
Beijos luminosos saindo da cromosfera solar.
Raia o novo dia! É a nossa Terra ao despertar!
Esbanja luminosidade, aromas, alguns vagidos...
Espelha a redoma azulina, as águas de um rio
No descampado brincam mamíferos pequenos
Folhas e flores se alimentando do forte sereno...
Tudo é digno dos mais sinceros e belos versos.
Toca toda Terra a mão santa do rei do universo.
Como é esplendorosa, soberba e toda encantada!
Pululam vida pelas planícies e pelas cordilheiras
Insetos estranhos esvoaçando em mil brincadeiras
Rasgando os morros e as várzeas cheias de cipós
Sopram, sem parar, os ventos nuvens cinzas de pó
Coloradas de tintas roubadas do céu que é uma tela
Onde os traços são os versos criando imagens belas
Afastando as lamúrias e os gritos secos e malditos.
Ouso soltar meu último e penoso... grito...
Vaga livremente pelo escuro e frio sudário
Meu reino que criei mágico e sempre encantado...
Onde prevalece os aromas e essências das ervas...
Vaga pelo frígido espaço, meu Planeta Terra!