Diga a ela

Diga a ela

Que já não choro mais

Que minha boca

Não profere mais nem um ai

As noites e os dias

São cada vez mais de lua e sol

E que o frio que antes fazia

Agora jaz longe do peito meu

Diga a ela meu amigo

De que meus sonhos

Voltaram a assombrar o inimigo

Chamado pesadelo da tristeza

Voltei a falar um pouco mais

E tenho até sorrido mais um pouco

Já que antes minha risada era sem graça

E minha cara era de louco

Diga a ela Ventania

Que andas soprando a vela do meu barco

Pra longe da cercania

De tudo e todos que me fazem lembrá-la

Ah! Como é bom

Poder olhar o horizonte

Abrir um livro, ligar o som

E saber que amanhã tudo vai ser ontem

Diga a ela lua

Que somente durante meu silêncio

É que ela invade minha casa, minha rua,

E meu pensamento que por instante se descuidou

Queria que ela soubesse que a esqueci

Mas que ela é lembrada em meus poemas

Contudo, a poesia mora em mim

E por fim, tudo isso faz dela meu grande dilema

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 09/11/2008
Reeditado em 09/11/2008
Código do texto: T1274945