Acordar

Abro-a,

Lentamente…

Para que meus olhos

Se habituem à luz

À dor!

Que me ofereces

De rajada,

De supetão!

Inundas-me de mundo,

Preenches-me de calor.

Dás-me alento e alegrias

Revigoras minhas energias

Enlaças-me e enlevas

Com descomunal fervor.

Fico quieto

Pasmado, inquiridor,

Sentindo no rosto

Toda a tua pujança

E sob o teu esplendor,

Rendo-me, abstraído

Em teus enlaces perdido

Como criança.

Sinto-te

E fico,

Mudo…

Quedo…

Vencido

No fervor

Com esperança,

Que me mostres

O mundo melhor!

© Luís Monteiro da Cunha

2005