Já não me cabe tanta saudade
Já não me cabe tanta saudade
Nem o alarde da tristeza
O que passou, passou
E hoje sou mais o amanhã
Descobri a senha
Que abre o cofre
Do amanhecer de novo
Passei a desdenhar a noite
Que me circundava
Em pleno sol do meio-dia
Já não me cabe dizer adeus
Aos que fui deixando pra trás
Apenas deixarei pendurados
Nas paredes da sala de minhas lembranças
Não me furtem os olhos
Nem algemem minhas mãos
Pois ainda quero ver e tocar
O que ainda há de vir
Que as chuvas me molhem
E que sóis me sequem
Quero continuar me ferindo
E depois arrancar a casca
Sobre a pele nova
Diante um novo dia