Já não me cabe tanta saudade

Já não me cabe tanta saudade

Nem o alarde da tristeza

O que passou, passou

E hoje sou mais o amanhã

Descobri a senha

Que abre o cofre

Do amanhecer de novo

Passei a desdenhar a noite

Que me circundava

Em pleno sol do meio-dia

Já não me cabe dizer adeus

Aos que fui deixando pra trás

Apenas deixarei pendurados

Nas paredes da sala de minhas lembranças

Não me furtem os olhos

Nem algemem minhas mãos

Pois ainda quero ver e tocar

O que ainda há de vir

Que as chuvas me molhem

E que sóis me sequem

Quero continuar me ferindo

E depois arrancar a casca

Sobre a pele nova

Diante um novo dia

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 13/04/2009
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