Poema revirado

Edson Gonçalves Ferreira

Minha poesia tem o meu jeito

Atrevido, sensual, religiosa, mas nunca piégas

Ela sai da forma do edson e tem que ser parecer com ele

Sou divinopolitano, mineiro, filho de marceneiro e músico

Está tudo entranhado em mim, até o lado lusitano que me comove

Tenho os olhos castanhos profundos de mouro

Nunca me casei, já fui monge, franciscano e, hoje, sou professor, poeta e jornalista

Quem gosta da minha poesia que a use como flor

Quem não gostar dela, não a leia, afinal a minha poesia já não é mais

a minha poesia

Os versos quando saem do poeta ganham o mundo

Gosto que interpretem direito o que escrevo

Nunca pedi recomendação de ninguém

Quando lancei o primeiro livro, Jorge Amado elogiou

Ivan Lins, Rachel de Queirós, Henriqueta Lisboa também

Fiquei feliz, mas não mudou nada

Até hoje escrevo como quem canta ou chora

Qualquer motivo me inspira

Sou como Drummond, gosto do trivial

Poesia tem que ser saborosa como pão quentinho

Com manteiga e café coado na hora

De preferência, tomado numa canequinha simples

Enquanto meu pensamento voa

Porque sou o poeta da grécia de Minas

Nosso mar é o céu

Onde flutuo

Independentemente de companhia

Afinal, quem tudo quer tudo perde

Se você concordar comigo, agradeço

Se não concordar, azar seu

Mas é necessário encantar as coisas e as pessoas

Quem assim não faz não sabe como isso é glorioso

Poesia é que nem doce

Seduz e bota a gente menino

Flutuando nos braços de quem a gente ama

Afinal, quem não ama tresloucadamente não escreve poesia

Pode até fazer versos

Vira versificador

Tudo escrito bonitinho

Do jeito que não gosto

Quero a minha poesia sensual como Deus

Que nos encanta com a maravilha do universo, não é?

Divinópolis, 09.05.09

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 09/05/2009
Reeditado em 10/05/2009
Código do texto: T1585439
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