DE JANELA ABERTA
Eu ainda estava fechada
Não que eu quisesse
Quiçá eu nem soubesse...
Mas o sol adentrou a janela
Não há mais blecaute, nem tramela
Não há alvéolo em meu olhar
Há varandas nos cantos dos olhos
E nos canteiros, flores a brotar
Eu andava deitada na sombra
Não que eu dormisse,
Embora não acordasse...
Mas o sol adentrou a janela
Há vida em outras passarelas
O show não pode parar
Há céus em outros pólos
Tem muitos mundos em um lugar
Não hei de fechar a janela
O sol há de sempre brilhar
Nas cores de minha aquarela
Na vida a se renovar
Ivone Alves SOL