Encontros e Partidas

Muitas vezes, eis que me percebo caminhando

Em estradas de remoto lugarejo

Divisando povos, continentes

Sigo sonhando,

E de passagem pelo Tejo

Por mares nunca navegados dantes

Outras vezes, eis que me percebo retornando

Em cantatas do velho órgão barroco

Ouvindo Bach na ária para a corda sol

Ou no Messias de Häendel, levitando

E na abstração do momento, troco

Os mares pelos ares, agenda pelo rol

Quantas vezes, nos reencontramos

Em algum porto distante,

Recantos de capitães, nativos e marujos,

Na mesma cantina, festejamos

Mais um encontro, outra partida anunciante,

E aquela velha canção nos incansáveis realejos.

AjAraújo, o poeta humanista, poema escrito em Janeiro de 2002.