MEU TEMPO DE CRIANÇA

Que saudades infinitas

Da minha vida de criança

Da minha querida infância

Tempos que não voltam mais

Das brincadeiras bonitas

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das laranjeiras

Ou embaixo dos coqueirais

Guardo na minha lembrança

Aquela vida inocente

Que respirava a alma contente

Como vive o beija-flor

O mar era verde-esperança

O céu um manto sagrado

O mundo um sonho encantado

A vida um livro de amor

A criançada brincando

Nas noites de contos e fábulas

Naquelas doces palavras

Que enchia-nos de alegria

O céu de estrelas brilhando

A terra de aroma exalando

As ondas a areia beijando

E a Lua com tanta magia

No meu tempo de outrora

Nos dias de primavera

Que alegria a vida não era

Naquelas saudosas manhãs

Não tinha as mágoas de agora

Eu tinha sonhos e desejos

De minha mãe tinha os beijos

E o carinho de minhas irmãs

(Baseado no Poema “MEUS 8 ANOS” de

Cassimiro de Abreu – Lisboa 1857)