Espiral Ascendente

Não sei se foram as horas à beira-mar.

Não sei se foi o vento cortante,

Nessa paisagem contagiante.

Não sei se foi a paixão no ar,

Só sei que minha sensibilidade,

Atingiu a fronteira da sanidade.

Ultrapassou o ponderável,

Está margeando o inflamável.

Pode ter sido o calor,

Ou a vontade de amor...

Pode ter sido o constatar

Do benefício de gostar...

Da necessidade de mudar,

De mais alto voar,

De me desprender,

Para mais crescer.

Pode ter sido um conselho

Desse azulado espelho.

Pode ter sido o reflexo,

O desejo contínuo de sexo...

Pode ter sido uma palavra,

Que caiu como lava...

Pode ter sido uma expressão,

Da imaculada expansão.

O fato é que fui atingido

Em múltiplos sentidos.

Algo se deslocou

E ainda não se acomodou.

Tudo está passando na minha frente,

Intimamente rente.

É mesmo o encerramento de um ciclo

O fechamento de um círculo.

Embarco agora numa espiral ascendente.

Um momento absolutamente, comovente!

Fui convidado a um dueto com minha amiga Cáritas Miguel.

Vale uma espiadinha!

http://www.recantodasletras.com.br/duetos/2214387

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 23/04/2010
Reeditado em 23/04/2010
Código do texto: T2213904