PELA TARDE

Acendo mais um cigarro

espreito a janela e o rio

lá mais em baixo o sol doira

e luz nas águas tranquilas.

O céu está limpo e de um

azul a toda a prova

esmiuçadas nuvens desenham

figuras no ar rarefeito.

As pessoas vêm do trabalho

as crianças da escola

e tudo é vida

neste pedaço de Terra.

Está quente nesta tarde

de primavera

e as andorinhas fazem

jogos de bem voar.

Passam carros e pessoas

e andam todos com um

sorriso largo no rosto

brindando a estação das flores.

Abelhas colhem o futuro

mel de flor em flor

chamando com as asas

as suas companheiras.

Um louva a deus reza

impavidamente e

solenemente camuflado

pelo jardim.

Apago o cigarro com força

hoje poeta é a minha janela

e eu vou buscar ao além

o além de tudo.

Fumo sai pelas chaminés

no labor das fábricas

a tudo isto presta atenção

meu olhar sonhador.

Volto para dentro

cheio de calor

e dou vivas à vida

lá fora a ser vivida.

Jorge Humberto

29/04/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 30/04/2010
Código do texto: T2228752
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