O encontro
Uma lágrima correu...
Ou melhor, rolou,
Caiu,
Despencou...
Mas eu a segurei na palma da mão...
Verdade!
Não podia perdê-la,
Não sem antes chorar de alegria sobre ela...
Era eu e ela,
Ali, encontrados,
E nada mais pra atrapalhar.
Nem a cruel realidade da própria realidade.
Quando ela surgiu
Tímida,
No cantinho dos olhos,
Senti o coração pular,
Como quando a vi pela primeira vez...
E ela ali,
Rolando pelas bochechas...
Ah! Aquilo foi sinestésico.
Era o lirismo sumido
Voltando aos meus olhos
E depois às minhas mãos.
Era a auréola perdida,
Voltando a ofuscar o brilho da escuridão.
Era a resposta
Para a mesmice das variadas paradoxalidades.
Era um alívio em meio à dor da incerteza.
Um respiro
Na falta de fôlego sob as águas da amargura.
Era eu
E ela...
Ali, encontrados...
E nada mais pra atrapalhar.