Gente grande

Foi até a espessa paisagem que via todos os dias

Lavou a face com calma

Mirou-se pelo espelho

E recobriu o corpo macio de uma vontade contrária

De uma necessidade desmentida

Foi aí que acordou sem querer de algum sonho

E esperou que acertasse o foco daquela imagem

Que parecia feia e sem muitos sorrisos

Brilhava-lhe as aventuras diárias

E surgiam-lhe constatações absurdas

Olhou de novo, não haveria de ser!

Estava ali naquele mesmo rosto

Um novo brilho pequenino

Viço de quem já se tornara homem

E complexidade de quem continuava menino

Arrumou os cabelos já um pouco rebeldes

E percebeu que havia tempo que não tinha tempo

Para notar que tudo mudara desde que

Por uma loucura da vida

Tornara-se gente grande

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 24/09/2006
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