Amanhã de manhã
(À Juliene)
Pela manhã
O sol que desponta
Clareia os primeiros riscos do horizonte
E adentra mansamente o quarto
Pelas falhas da velha janela de madeira
Seu corpo aparece
Misturado ao lençol embolado
Minha falta de juízo e minha boca
Carimba cada polegada
Da sua pele adormecida
Pra quê “bom dia”?
Se o dia, assim, já está pra lá de bom
Sou criança
Me bagunço em seus cabelos
E me lambuzo de tanto doce
Toda manhã
O sol vem e remonta
A paisagem mais bela de se ver
Ali vejo serras, montes e nascente
E me afogo
Me mato
E nasço de novo...
Ontem
Hoje
E amanhã de manhã