Silêncio é o amor, há outro fruto

Silêncio é o amor, há outro fruto

E a sua sombra, nem o doce é certo

Nem exíguo, talvez as asas perdidas

Da folha clara, os flanquinhos dos

Braços nos caminhos das transparências

Para lá do corpo e do seu Outono, maduro

cabo verde do teu colo, entre os oceanos

um sobre o outro e sete rios na tua mão

os dedos e o sopro do ar na teia do silêncio

que te prende e larga na doçura da abelha

nos joelhos transparentes na neblina do teu

olhar, é novamente o silêncio, a sua dor

silenciosa no lado extremo dos pátios

do coração da voz, canta na desordem das

imagens ordenadas na pueril luz da noite

a casa, das lentas folhas escuras do poema

José Gil
Enviado por José Gil em 02/10/2006
Código do texto: T254693