O passado
Reporto-me ao passado
Para entender-me o presente
O que diz e o que faz
Esta gente tão descrente.
Descrevo a ignorância
De certas pessoas cultas
A bondade dita por alguém
Que nunca foi generoso
A alegria estampada no rosto
De quem superou o sufoco.
Reporto-me ao passado
Na tentativa de diminuir erros
Amenizar a dor
Reconhecer a vitória
Sentir saudades do primeiro amor.
Deixo em repouso o passado
Deitado em esplêndida ternura
Reluzindo nas mentes sadias
Remoendo nas doentias
Sem sair um momento algum
Do viver de cada um.
Miralva Viana