EU E MEU AMOR DE VISITA AO MAR

Nas pálpebras de teus olhos

raia o sol incomensurável

e uma leve brisa nas árvores

pousa suas mãos no teu

cabelo, deixando-o revolto –

como uma tempestade

depois da tranquila bonança.

No espelho de água do rio

enfeitaste, como se fosses

as lindas flores daquele jardim,

mais adiante, radiante de

pétalas abertas ao supra calor,

que envia seu bafo quente

pelo ar, próximo ao horizonte.

Caminhamos despertos de nós

num sonho de mar, com galgos

de espuma e ondas cavalo,

murmurando segredos, conchas

e búzios e verdes algas, na

orla das águas, no seu vai e vem

constante de areias da beirada.

Mãos nos bolsos vou contigo

e sentimos o ar marítimo no rosto

quando a aproximação se faz

e no cimo de umas dunas

podemos enfim ver a imensidão

do azul sem fundo – temeroso e

dúctil, de um desejo encontrado.

Desce a lua serena por sobre

a tarde encostando-se a algumas

nuvens (que se encontram

esparsas e com sinais de chuva);

o sol já se recolheu, assim como

nós, depois da visita ao mar,

estando agora de regresso a casa.

Jorge Humberto

05/03/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/03/2011
Código do texto: T2830221
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