O que por toda parte...

O que por toda parte é apenas comoção,

No seu regaço sonho e realidade,

Euforia e descanso.

O que por toda a parte é defensiva e desmantelamento

No seu regaço beijos,

ligação, contrações, bocas que se ceifam.

O que por toda parte é retorsão

No seu regaço distensão e desarmamento,

um murmurante e calmo engajamento de êxtases.

O que por toda parte é tido como bem perecível

No seu regaço tranquilo desprendimento,

Braços uns nos outros abraçados abarcando o infinito.

O que por toda parte é violentação

No seu regaço almas que se rendem,

No declive do tapete, durável e consentido despojar-se.

O que por toda parte é um enrijecimento

No seu regaço cândida fonte, doce pena,

De um jorrar fundo, profundo, puro.

O que por toda parte é caminho percorrido, estrada vencida

Nos seus braços, entre seus seios, no corte do seu ventre,

Uma morte mais viva do que a vida!