A vida se esconde no corpo
E sem querer me descubro apaixonado
Cuidado e apreciado por mãos tão calejadas
Cansadas de tantas lutas, perdas e choros
Maltratadas pelo tempo tão cruel com aquele belo coração
Tento segurá-la em meus braços, mesmo tão sem forças
E acabo por derrubar-nos ao chão
E me descubro deitado, olhando seus olhos
Tão cheio de passado, medos e receios
Mas ao mesmo tempo tão carinhosos e confortantes
Como se me falassem em uma lingua oculta, que tudo vai ficar bem
Mas meus olhos tão cheios de trevas não conseguem sorrir
Simplesmente imploram por um pequeno gole de suas palavras tão mudas
Ou de um suspiro bobo sobre o qual valha a pena querer sentir
Meu mundo que nunca foi tão meu
Nessas pequenas paredes desconfortáveis
Construída em tão pouco tempo com tão pouco barro
São a unica coisa que me permite estar aqui, neste chão
Repleto dos mesmos medos, traumas e confusão
Que tanto tenta me fazer enxergar
Posso não ser capaz de fazer muito
Mas o pouco que faço já requer muito de mim.
Te entendo, te sinto e te quero bem
Mas eu quero te dar muito mais do que você acha que tem.