MANHÃZINHA

Madrugadas de róscido, com o sol a nascer,

manhã que desponta livre para lá do horizonte,

jardins floridos e deslumbrantes no solo a crescer,

e mais ao fundo, depois do rio, um enorme monte.

Oliveiras que da azeitona dão o belo azeite,

lugar de ninhos de pássaros já cansados,

com as crianças, depois de beber o frescor do leite,

a irem pra rua brincar, ao que já estão acostumados.

Velhinhos descansam nos bancos dos jardins,

lembrando o primeiro beijo com certa nostalgia,

entre nardos, orquídeas, lírios e jasmins,

vêem os meninos e meninas cheios de alegria.

E no lago encantado, cisnes enamorados,

nadam suavemente nas águas cristalinas,

cachorros correm a bom correr nos descampados,

e os jovens resolutos usam ao pescoço opalinas.

Casais passeiam-se uns aos outros abraçados,

saboreando o sol, a praia e o mar de sargaços,

vivem a vida bem vivida os namorados,

trocando momices e sorrisos, a espaços.

Lindo dia de primavera, nos salta à vista,

e uma brisa suave faz ondular as flores,

e nisto pensando, ressalva o dúctil artista,

as vicissitudes da manhã, plena de amores.

Jorge Humberto

11/06/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 11/06/2011
Código do texto: T3028123
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