Do Peitoril da Janela... Felicidade

O céu se abriu,

e eu sou tão feliz!

E ninguém pode tirar isto de mim

Meu sorriso é mais forte do que eu,

mal posso controlá-lo.

E as aflições,

gastas emoções,

repreensões,

pobres paixões,

de meu coração afligido,

agora mais vivido,

não está mais dividido,

pois todas as inquietações,

esses maus presságios,

estão escondidos.

E tudo que ainda sofro,

pode ser superado,

porque todas as pedras do ontem

me fizeram mais forte hoje

para poder levantar a cabeça amanhã.

Talvez eu não tenha aprendido tudo,

porém se eu ficasse mudo,

e não deixasse transbordar,

a quem iludo?

Não sou mais iludido,

por um amor falido,

por um pretexto polido,

por um sentimento relido,

já manjado, por mim antes amado.

Ó Senhor, disso mantenha-me afastado,

e assim, redimido.

Quero crer que agora é real,

quero crer que não seja fase,

nem apenas vontade de ser feliz,

pois quero a felicidade,

de verdade,

com reciprocidade,

de mim para comigo mesmo,

minha única irmandade.

Mesmo que o inimigo esteja querendo me jogar no buraco,

eu quero tentar ser mais forte,

mais corajoso.

Meus olhos secaram,

portanto, não sei mais se não choro

porque não quero ou porque não posso.

Aonde estou?

Meu eu jaz na alegria ou na tristeza?

Na maior pureza,

jogo as cartas na mesa,

para ver se é feiúra ou beleza,

força ou fraqueza,

de tudo, uma certeza:

“De que as veredas que sigo

são para dias melhores”.

Que eu mereça!

Mas a minha felicidade,

por enquanto é certa,

ainda na crença da libido.

Continuo em alerta,

a tentação me aperta,

porém não sou sucumbido.

E mesmo se às vezes choro,

é por acaso,

para não deixar de ser ser - humano,

Que feito de húmus,

nem sempre dá bons frutos.

19/06/2003

Manoel Aguiar
Enviado por Manoel Aguiar em 03/12/2006
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