Minhas décadas

O tempo lava e desenvolve, ordena e continua.

Pablo Neruda

Cheguei, brotei

Apareci, surgi,

Nasci sem saber o que fazia.

Aos dez várias descobertas: queria ser

Bombeiro, marinheiro, piloto de avião e

Não queria estudar. Uma aventura era a vida.

Homem de bigode, cinco fios de cada lado,

Aos vinte o mundo era meu,

O medo do não era meu medo.

Seguro, passos largos adiante,

Mais jovem do que nunca,

Aos trinta só tudo de bom.

Agora chego onde tinha medo

Sem medo nenhum, pés no

Chão de rosas sem espinho dos quarenta.

Sossegado, ainda bem jovem

Aos cinqüenta estarei lá, aqui, acolá

Em todas as festas da minha vida.

Um senhor, mesmo sem parecer,

Pelo menos na idade mental,

Nos sessenta continuarei aqui.

Época de cuidar, um pouco mais,

Época de ser cuidado, um pouco mais,

Sentir um medinho nos setenta.

Celebração da vida, uma festa!

Oitenta é a idade linda da vida!

Quero chegar lá assim: eu!

Aí é só aceitar, com gratidão

Nos noventa, idade da espera

É só esperar, sem pressa.

Caso aconteça, maravilhoso!

Acaso não aconteça, tudo bem!

Aos cem sem exigências.

Em comemoração à melhor idade da minha vida

Carlos H F Gomes
Enviado por Carlos H F Gomes em 24/11/2011
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