NASCIMENTO
O NASCIMENTO
O ar foi ficando rarefeito
Foi dando um aperto no peito
Aquele vidro limpo e transparente
Mostrava um projetinho de gente
Ali olhando embevecido
Os olhos aguando
Pela emoção entorpecido
Via o filme da vida passando
Relembrava o que ocorrera
Quando sua mãe aparecera
Um presente de Deus
Que nos olhou como seus
Agora com a neta no colo
Aninhada nos meus braços
Aqueles momentos arrolo
Ao olhar seus traços
Passaram-se tão longos anos
Até esse inesquecível dia
Que essa emoção meio tardia
Deixava-me parecendo um marciano
Ser avô era um devaneio
E agora virara realidade
Ainda tinha meia idade
Para amar esse serzinho que veio
Nunca esqueço aquele dia
Colado no vidro da maternidade
Olhando aquela que nascia
Destilando felicidade