NASCIMENTO

O NASCIMENTO

O ar foi ficando rarefeito

Foi dando um aperto no peito

Aquele vidro limpo e transparente

Mostrava um projetinho de gente

Ali olhando embevecido

Os olhos aguando

Pela emoção entorpecido

Via o filme da vida passando

Relembrava o que ocorrera

Quando sua mãe aparecera

Um presente de Deus

Que nos olhou como seus

Agora com a neta no colo

Aninhada nos meus braços

Aqueles momentos arrolo

Ao olhar seus traços

Passaram-se tão longos anos

Até esse inesquecível dia

Que essa emoção meio tardia

Deixava-me parecendo um marciano

Ser avô era um devaneio

E agora virara realidade

Ainda tinha meia idade

Para amar esse serzinho que veio

Nunca esqueço aquele dia

Colado no vidro da maternidade

Olhando aquela que nascia

Destilando felicidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 24/05/2012
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