Tempestade
Elevando-se,
O alto esmaga o minúsculo
Não ouso insurgir
Nas trevas me ofusco
Abraçando meus devaneios
Inerte em uma cama carcerária
Recordo um rosto esfacelado
Signo de minha fantasiosa alegria
De tocar o lírico sem declamar minha poesia
Insônia intuitiva, fadiga explosiva
Meus ossos protestam
Em sincronia com minha testa
Fundidos por uma guerra reversa
Algozes de minha coragem espessa
Por diversões incompatíveis
Minha convicta inspiração
Transladindo por um núcleo mudo
Não discordo, não refuto
Sou um lixo decomposto e escuso
Módulo tão lógico quanto
Cães famintos:
Pelejando com gorilas, em vã demonstração
De bravura
Pois, meu libido irracional também
Se curva para mulheres chulas
É tudo luxúria!
Retidão dissimulada, trauma estagnado
Bardo impostor, incauto e desequilibrado
Por meses nesse torpor solitário
Agora a insanidade visita meu aquário
Venha tempestade
Purifique este escravo
Que o imundo seje só um estado
E que tua devastadora descarga
Seje um banho a lavar-me deste enfado