Tempestade

Elevando-se,

O alto esmaga o minúsculo

Não ouso insurgir

Nas trevas me ofusco

Abraçando meus devaneios

Inerte em uma cama carcerária

Recordo um rosto esfacelado

Signo de minha fantasiosa alegria

De tocar o lírico sem declamar minha poesia

Insônia intuitiva, fadiga explosiva

Meus ossos protestam

Em sincronia com minha testa

Fundidos por uma guerra reversa

Algozes de minha coragem espessa

Por diversões incompatíveis

Minha convicta inspiração

Transladindo por um núcleo mudo

Não discordo, não refuto

Sou um lixo decomposto e escuso

Módulo tão lógico quanto

Cães famintos:

Pelejando com gorilas, em vã demonstração

De bravura

Pois, meu libido irracional também

Se curva para mulheres chulas

É tudo luxúria!

Retidão dissimulada, trauma estagnado

Bardo impostor, incauto e desequilibrado

Por meses nesse torpor solitário

Agora a insanidade visita meu aquário

Venha tempestade

Purifique este escravo

Que o imundo seje só um estado

E que tua devastadora descarga

Seje um banho a lavar-me deste enfado

Exibição Atrocida
Enviado por Exibição Atrocida em 09/02/2007
Reeditado em 13/02/2007
Código do texto: T374661