MINHAS FOLHAS
(Sócrates Di Lima)
Recolho minhas folhas secas,
Revigoro-as com a chuva,
E se soltas, voavam sobre as sercas,
Agora verdes me vestem feito luva.
E por onde eu ande,
Embusca delas para me compor,
Me refaço não deixo que desande,
E nem me esconda do meu amor.
Minhas folhas,
Que venceram o outono,
Como sabão em bolhas,
O amor não me deixou ao abandono.
Eu e minhas folhas,
Que se soltaram á árvore minha,
Que sempre foi ela nas minhas escolhas,
Agora presas ao caule da minha véinha.
De secas se tornaram clorofilada,
Viçosas e cheias de vida,
Recolho minhas folhas por minha amada,
E me recomponho pra minha querida.
Elas eram como átomos degarrados,
Imãs afastados do polo ativo,
Assim, atraídos plos corpos viciados,
Se fixam e se revelam, folhas de amor vivo.
E o tempo passado em revista,
Não deixou passar o inverno,
Que minhas folhas se perdiam de vista,
Como a poesia, ficavam rabiscadas no caderno.
E por mais que minhas folhas se perdiam,
Carragadas pelos ventosà tardinha,
De repente apanhadas se prendiam,
Em Basilissa, coração e braços da árvore minha.
Ela é meu suporte de bem querer,
Que nesta vida não me permito deixar passar,
Pelo resto que ainda, tenho que viver,
Basilissa é a árvore que minhas folhas não podem se desgarrar.