João-ninguém de Deus.

Um João-ninguém,

um ninguém.

Um Zé-ninguém,

ninguém vos fala.

Um ninguém-ninguém,

ninguém-João

ninguém é João,

João-ninguém.

João, Zé

José-ninguém.

Sem-sem,

todo ninguém.

Um João-ninguém,

sem diploma, sem carta

sem cursando

está numa de escrita.

Ninguém te conhece,

você é um ninguém.

Não sabe nada, não faz nada

nem alguma coisa tem.

Um João-ninguém

neste vasto mundo.

Sem respeito, sem jeito

envergonhado, tímido, sem jeito com palavras.

Um estado longe,

uma solidão aos poucos.

Não, não estão

ninguém olha para você.

Não sabe do futuro,

e o passado foi incerto.

Não sabe pela dúvida

não sabe das matérias curriculares.

O mundo não me atrai

por isso não me trai.

Não sei dele,

não me importo com ele.

O curriculum me falta,

a formatura não foi dada

o canto não foi cantado,

as luzes não piscam para mim - graças a Deus!

Sem mérito algum

esperança pela misericórdia.

O sustento me vem,

mesmo sendo um ninguém.

Sem sabedoria humana,

sem riquezas,

sem força no braço,

o mais fraco entre os fracos.

Mas regozijo-me,

pois os pequenos

pobres e fracos, para estes,

foi revelada a verdade.

Deus é com os oprimidos

abatidos e aflitos de espírito.

Ele está junto

com os corações contritos e quebrantados.

Um pequeno e fraco ser,

um João-ninguém de Deus.

Este, sim, um ninguém.

Eu sou, sim, eu sou, um João-ninguém de Deus.

[16/09/12]

Cesare, em tudo capacitado pelo Senhor.

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 16/09/2012
Reeditado em 16/09/2012
Código do texto: T3885086
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