LÁGRIMA CADENTE

Por muitas noites, escondi o meu grito

Debaixo das estrelas do firmamento,

E ainda hoje, mudo, solitário e aflito,

Guardo-o no porão do pensamento!

Grito de liberdade, de transformação,

Que, desde a primeira luz do dia,

Quer sair do coração,

Quer ser independente,

E, no voo livre e infinito da alegria,

Quer levar de mim a lágrima cadente,

E colocar no abismo dessa ausência

Todo o ardor,

Toda a ventura,

Todo o amor,

Toda a ternura...

Restituindo, num ato de benevolência,

Toda a inspiração que me fugiu à mente,

E todo o azul que sumiu do céu da minha existência!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 13/01/2013
Reeditado em 21/05/2013
Código do texto: T4081804
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