MINHA CIDADE É CARNAVAL

Poderia se chamar CARNAVAL.
E não ficaria esteticamente mal
Se este fosse o nome dela,
Tampouco incoerente
Pois há semana e meia que ela
Cheira, respira e vive o Momo fremente.

Sons metálicos de frevo rompem os ares,
Preenchem ruas, pontes, os bares.
Ocupam os dias, enfeitiçam os luares
As marchas de lírica dolente,
Nunca saudosas - é nota reminiscente;

Os maracatus com os Reis Negros e sua corte reverente
Evoluem aos acordes arrancados à percussão-
Como o samba, que por igual também anima a gente,
Este, com baterias e puxadores vindos do Rio,
A revelar que o carnaval
É mesmo festa multicultural,
Sem barreiras
E derrubando fronteiras,
Revela-se empolgação nacional.

À noite e no inteiro dia
A cidade se veste em alegoria,
Balança de alegria,
Vira costas às tristezas.
O frevo exige energia,
Marchinhas, o ritmar mais compassado.

Multidão de corpos suados-
Detalhes olfatórios minimizados-

Aqui, mais além,
Um ou outro esbarrão,
Absolutamente a ninguém
Incomoda o encontrão.
Importa que prevaleça a alegria,
Um, se encontra na expressão da fantasia,
Outros a revelar-se na imagem própria do cotidiano.
Importa o prevalecer de alegrias,
Brincando agora, por muitos dias,
Neste e noutro ano.


Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 08/02/2013
Reeditado em 09/02/2013
Código do texto: T4130499
Classificação de conteúdo: seguro