ÁGUAS DE MARÇO
(Sócrates Di Lima)
Como as águas de março,
Meu coração está inundado,
Já não tem mais espaço,
Para a alegria nele derramado.
Alegria de um bem querer,
Como tantos que todos tem,
Cada um ao seu mode de viver,
E eu tenho a minha também.
Não sou alegre por acaso,
E nem por acaso sou alegre,
Este meu bem querer não é mais um caso,
E não é por acaso que ele
Se as águas de cada estação germina a flor,
E se as águas de março fecha o verão,
As águas do amor,
Abre o meu coração.
Se para alguns ela traz a destruição,
Por conta do mal uso da natureza,
Para outros ela traz a salvação,
Faz da chuva mensageira da saudade com certeza.
E as águas de março,
Troxeram-me em abundância,
Enxurrada de alegria que não disfarço,
Trouxe-me a morena e sua elegância.
Trouxe-me um sorriso largo,
Um jeito todo especial de ser,
Uma meiguice que é o meu afago,
Que dessa água não me canso de beber.
Assim, as águas de março me abunda,
Me enxarca e me transborda,
Faz a correnteza de um querer que se aprofunda,
Lava meus olhos e minha querência acorda.
Ah! Que todas as águas,
Me fizer tão bem assim,
Vou querer que essa morena em mim desagua,
E me faça amá-la enquanto eu não tiver fim.