MEU RETORNO
(Sócrates Di Lima)


Por alguns momentos viajei,
Soltei  minhas amarras e voei,
Mesmo sem as asas que cortei,
Fui me reciclar mas, voltei.

E no tempo que deixei ser levado,
Por pensamentos perdidos,
Fui por certo, por mim reencontrado,
Sem promessas ou prometidos.

Fui ali no tempo do meu pensamento,
Fui cavalgar em campo aberto,
Fui ver quem estava no meu sentimento,
E tive a resposta, decerto.

Fui mergulhar na minha imensidão,
Voar na minha própria escuridão,
Foi necessário para iluminar o meu coração,
Para equilibrar a razão e a emoção.

As vezes sou assim,
Preciso dar tempo até para mim,
Se não o fizer, pode ser o fim,
De qualquer sentimento, enfim.

Viajei horas com meus ventos,
Adormeci com minhas brisas,
Acordei com meus pensamentos,
Recolocados como quem coloca camisas.

Então, depois de algumas paragens,
Nas estações das minhas vontades,
Senti algo nessas viagens,
Mas, já não eram as tais saudades.

Nem  tantas ansiedades,
Que marcam a vida dos enamorados,
Que marcam a vidas dos amantes de verdades,
Que aprisiona a alma nos passados.

E assim, fiz meu regresso,
Retornei ao meu campo de girassol,
Onde qualquer liberdade não tem preço,
Onde a prisão do amor é o lugar do Sol.

E nessa meu retorno,
Não poderia esperar outra cena,
Você me esperando denovo,
Nesses teus aconchegantes braços, Morena.

Como uma borboleta que voa,
Ao se soltar da mão,
Como pássaro que ressoa,
No bater das asas na escuridão.

Como um cântico que se houve,
No meio de uma noite silenciosa e amena,
Como uma saudade que na alma chega e chove,
Retorno em ti, da minha louca viagem, Morena.


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 11/03/2013
Reeditado em 11/03/2013
Código do texto: T4183391
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