CALMARIA (Liberalino)

A brisa mansa passeia

Pelas veredas do vento

Que não cicia sedento

E nem intenta segui-la

Mas manda dar volta e meia

E se mover devagar

O que ela faz ao passar

Sem sibilar intranqüila

Suave e menos confusa

A aura descansa na flor

Que lhe parece incolor

Mas na verdade é vermelha

E o zigue-zague da cruza

É traduzido na dança

Desse zumbir que não cansa

Nem mesmo as asas da abelha

Haja silêncio profundo,

Até as sombras do abismo

Estão sabendo que eu cismo

E o meu castigo é sonhar

Os sectários do mundo

Estão tecendo cadeia

Enquanto o sono passeia

E o sonho serve de altar...

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 21/03/2007
Reeditado em 21/03/2007
Código do texto: T420834
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.