Mãos de Fada
Desde pequena, gosto de jardins...
Aprecio as flores a brotar!
Cada flor, para mim,
É um milagre a se manifestar.
Gosto de recebê-las, em certas ocasiões,
Mas prefiro que estejam vivas.
Buquês me lembram caixões
Pois, neles, há flores feridas.
No dia das mães, porém,
Recebi uma linda rosa.
Sua beleza a fez ir além:
Era pura e majestosa.
Assim, cuidei com carinho
Daquela frágil rosa sem espinhos
Que foi colhida para me presentear
E, o amor, simbolizar.
Foi então que, com esperança,
Lembrei-me do que me falavam
Quando eu era uma criança
E as sementes que eu plantava brotavam...
Diziam que, por encanto,
Eu tinha mãos de fada.
Hoje, no entanto,
Prefiro dizer que são consagradas.
Com muito cuidado e amor,
Fui até o meu quintal.
Afofei a terra, preparei o regador,
Plantei a rosa, afinal.
Já não havia pétalas
E as folhas estavam caindo...
Mas todos os dias, da minha janela,
Eu a olhava sorrindo...
A natureza, cumprindo os desígnios do Criador,
Alimentou a rosa de esperança, de beleza e de amor.
O tempo foi passando e, para a minha alegria,
Notei que agora está brotando a vida!
Foi assim que, de uma só rosa ferida,
Nasceu uma roseira em meu quintal.
Milagres acontecem para quem acredita
Na misericórdia e no poder divinal.