O Bicho

Negro como a escuridão,

Tem asa que nem inseto...

Veloz como um furacão!

É o bicho lá do teto...

Chega devagar e sorrateiro...

Uma presença, sem percepção...

Dorme às vezes o dia inteiro...

Quando acorda é aquela apreensão!

Fica a vagar... Perambulando...

Sem destino, sem razão...

Não está a ninguém incomodando,

Mas é incomodado com obstinação!

Uma tenta com o chinelo!

Outra tenta com o rodo!

Grita, corre, puxa,... Paralelos,

Matar o bicho vale mais que ouro!

O bicho foge rápido e temente...

Lá pro meio da pelúcia;

Tremendo com o seu fim iminente:

- Pense num bicho cheio de astúcia!

E a noite vai passando...

E o problema sem solução;

De camisola vou me deitando...

Dando brecha para uma nova ação!

Barata, lagartixa, escorpião!

Ninguém sabia qual era o modelo...

Só tenho medo de uma nova aparição...

Já estou tendo até pesadelo!

Dessa noite agitada...

Não me esquecerei daquele inquieto...

Deu-me uma canseira danada!

Aquele bicho lá do teto!

Carmo de Oliveira

Carmo de Oliveira
Enviado por Carmo de Oliveira em 01/12/2013
Código do texto: T4594597
Classificação de conteúdo: seguro