Minha Poesia
A
minha Poesia
Vai por aí
Navegando...
caminhando
Palmilhando passo a passo
Os passos
Quem sabe,
De uma Adélia Prado
Ou um Ferreira Gullar
Mestres queridos e fecundos
Do escrever a vida.
Ela alcança a ponte
Dividida
Entre
Lispector, Nélida Piñon
Decifra as alamedas
Muitas vezes obscuras
De José Luís Borges,
De Pessoa
De Camões também...
Vai assim,
E vai por aí
a minha Poesia
Celebrando
o
compasso
Dos ritmos quentes
Nunca nublados
Do meu dia a dia.
Agora,
De dolce vita
A minha vida não tem nada
E é bom que eu diga
Nem poderia
Afinal,
Tantas fomes tantos passam!
A
minha Poesia é assim
Águas claras
jorrando em desalinho
Mas nunca em lugares alheios
Porque sou eu, a minha Poesia.
Nunca triste o canto
E
sempre clara
A face.