MATÉRIA-PRIMA






Então tá, eu posso dizer-te dos meus adubos.
Onde as montanhas se lavam de beija-flores.
Lindas rosas beijando a terra.

Onde os rios, são fluxos de ebriedades.
E que, como postais
puras essências de bálsamos
lançam-se ao mar ou
nas lagoas, disseminando a matéria-prima
do mármore, do paralelepípedo.

Onde as botoeiras
têm divisórias e aleluias.
são vias acessíveis, caminhos de sonhos,
de um ponto a outro - sem fim.

Onde há vento fiel, há canto leal das Sereias.
Mundo move redemoinhos – Águas.
Toda pedra é perolada – única e de beleza sólida.
Acorda-se feliz...
Hoje não tem lugar de léguas.
Têm lírios brancos de linho.

Então tá, depois de dizer-te tudo.
Vou para casa regar os girassóis...
Depois, depois das digitais das pedras,
escancaradamente:
uma navalha entranhando-se na pele.
 



Edição de imagens:
Shirley Araújo

Texto: Matéria-prima
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 12/03/2014
Código do texto: T4726401
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