DERRADEIRO
 
A morte de um poeta,
Acontece de maneira complexa.
Se fosse eu poeta saberia
Que apenas por fazer poesia.
Jamais morreria.
E os meus escritos sobreviveriam.
Ficando todos vivos nas mentes
Dos que foram meus leitores
A serem julgados
Entre mais ou menos
Ruins ou horrores.
Não desejo descançar.
Numa cova escura e funda.
Sob uma lápide branca e fria.
Que fiquem os mais ou menos.
Hibernando em prateleiras.
Servindo de peso e empoeirados.
Que os outros como eu.
Num forno sejam cremados.
E numa manhã gris.
Me deixará feliz
Nos jardins dos sonhos
Saber que todas as cinzas.
Se espalharão pelo campos
Floridos e verdejantes
Servindo como estrumes 
Fertiliantes
Como tem sido normalmente
A minha pobre mente.
Que brotem lindas flores
Servindo de inspirações 
Para novos amores


 

 

 
Rio das Ostras 13 de Março de 2014
22:00 horas

NÃO SERÁ UMA PAUSA AMIGA QUERIDA

 
               APENAS UMA PAUSA
Nada de derradeiro,
a morte é apenas uma transformação,
mais uma apenas,
de tantas que passamos e que ainda virão.
 
A morte para um poeta então,
essa não existe,
porque poeta eternamente vive.
vive em tudo que deixou escrito,falado,lido...
poeta é chama que não se apaga.
Pois é,apenas por fazer poesia jamais morreria...
como me disse um grande poeta RS t.
E os leitores amam seus poetas e suas poesias,
os eternizam ,enaltecem, enlevam...e até julgam.
Mas, que seria a vida sem os poetas e suas poesias?
Sem leitores e suas eternas manias de lerem poesias?
Ninguém deseja descansar sob uma lápide branca e fria.
Mas, poeta é jardim florido,é melodia, é cores e fantasia.
Poetas buscam a beleza e harmonia...nada branca,nada fria!
AH, não seja pessimista amigo...
por mais que hiberne , sirva de peso ,leve poeira ou seja cremada.
Poesia se salva sempre, 
pois em corações ficam gravadas,marcadas...
e são por estes levadas,entoadas, transmitidas...
E podes crer mais que flores e jardins,
mais que amores e amantes...
alimentarão gigantes.
Porque poemas falam de seus poetas,
jamais deixarão que este seja o seu derradeiro momento,
apenas pausas na sua biografia.
Nunca diga poeta... o "Derradeiro".
Poesia é a chama e não as cinzas de um poeta.
 
Elisabeth Wolbeck Jüngermann
Maceió-15/03/2014