NIRVANA
NIRVANA
Subo a serra
Diviso mais terra
Enlevo-me nas alturas
Vivo uma ventura
Um baú de pedra
Deve guardar segredos
De um sol que medra
O lindo rochedo
A vista se embaça
Com lágrimas de graça
E o coração descompassado
Dá a Deus um obrigado
Obrigado pelo momento
De olho no firmamento
O poente se aproxima
E mais emoção se descortina
Começam a surgir
Milhões de estrelas
Agora posso vê-las
E as mãos unir
Rezar uma prece
Enquanto escurece
Os olhos agora cerrados
Na serra ficarão desvelados
Tanto espavento
Corpo ao vento
E estrelas coalhando
Um momento santo
Ali renasço
Desço sem cansaço
A paz me invade
Posso voltar a cidade
Tudo parece mudado
Mas tudo está igual
Voltei eu apaziguado
Para o meu local
Na cabeça as imagens
Da doce viagem
Ao encontro do meu ego
Enfim não mais cego