NIRVANA

NIRVANA

Subo a serra

Diviso mais terra

Enlevo-me nas alturas

Vivo uma ventura

Um baú de pedra

Deve guardar segredos

De um sol que medra

O lindo rochedo

A vista se embaça

Com lágrimas de graça

E o coração descompassado

Dá a Deus um obrigado

Obrigado pelo momento

De olho no firmamento

O poente se aproxima

E mais emoção se descortina

Começam a surgir

Milhões de estrelas

Agora posso vê-las

E as mãos unir

Rezar uma prece

Enquanto escurece

Os olhos agora cerrados

Na serra ficarão desvelados

Tanto espavento

Corpo ao vento

E estrelas coalhando

Um momento santo

Ali renasço

Desço sem cansaço

A paz me invade

Posso voltar a cidade

Tudo parece mudado

Mas tudo está igual

Voltei eu apaziguado

Para o meu local

Na cabeça as imagens

Da doce viagem

Ao encontro do meu ego

Enfim não mais cego

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 08/09/2014
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