Meu peito, meu relicário,
Guardião das lembranças de ti.
Aquela dor cruel guardada no peito,
Embora adormecida,
Por muito tempo, espinhou meu coração.
 
Noites insone, visualização da sua imagem,
Em monólogo, digeri os dissabores.
Fios de laços esgarçados,
Embaralhando sentimentos

Que precisavam ser esquecidos.
 

Eu havia perdido o gosto pela vida,
Dispensei a companhia dos amigos,
E todo e qualquer laser,
E, enclausurada,
Senti-me uma monja!

 
O tempo, senhor de tudo
E de todos, de mim se apiedou,
Lentamente foi apagando as lembranças,

Embora algumas permaneçam,
Por estarem tatuadas no coração.
 
O tempo leva e o tempo traz,
E num clique de mouse, te reencontro.
Sem perspectivas fomos à corporificação,
Nada foi diferente...

Mas, apenas para o momento!
 
Momento de grande intensidade,
O amor em vibração nos presenteou
Com as mesmas emoções d’antes.
Sem chance de recompor o passado,
Amamos por uma eternidade.