Muitos janeiros

Muitos janeiros se passaram,

então se juntaram fragmentos

de alegrias e razoados lamentos.

Detalhes desta colcha de retalhos,

resquícios de vidas em desalinho

no fundamento deste caminho

imposto por velhos atalhos.

Existência de vidas belas,

guardadas nos escaninhos

à ilusão de lindas aquarelas.

Quiçá, vestimenta de linho.

Findar num esquife de pinho.

É o feijão criando de tudo

à espera do “sobretudo”.

Capa de revista vista.

Estampada no jornal.

Homem, eterno-mortal.

Ilusão, reencarnação real.

Medo, coragem, dor, alegria,

fantasia, bonomia, tristeza final.

Morreu o diretor presidente

do famoso e ardente hospital.

Como pode morrer alguém

eminente à manada mortal?

E àquele seu plano de saúde.

Compromissamento mensal,

desde a mais tenra juventude

não pode livrá-lo do comunal?

Foi-se como o pobre enrolado

num manchado papel de jornal.

Todos teremos o mesmo fim

nessa desigualdade sideral.

Somos parte do pó integral.

Esta óbvia visão cega o ego

do infeliz guardião celestial.

Que o bem prevaleça sobre o mal.

dentro deste contexto extra-animal.

O bom-senso dita que o plantio

vem somente com o bom estio

àquela boa plantação matinal.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 14/10/2014
Código do texto: T4998500
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