ENTARDECER

Enquanto a tarde cai lá fora

E as andorinhas, andam num corrupio louco,

De asas e de penas,

Meu ser apaixonado detém-se à janela,

Desfrutando da brisa suave

Que acaricia meu rosto,

Como um afago de mão feito realidade,

Que a paisagem empresta ao azul celeste,

Grés pairando por sobre o rio,

Que corre lá mais em baixo, junto às fábricas

De outrora e novas estruturas,

Que se içam aqui e ali.

Tudo isto vejo com os sentidos, não com

Os olhos, porque ver com os olhos é mentir.

E nada quero nem espero,

Porque quem quer alcança nada, e, esperar,

É uma realidade que nos foge.

Fecho os olhos e sinto todos os ruídos mínimos,

Que se debruçam sobre a varanda

De meu quarto.

Que me diz o vento? Que é vento e que passa.

Assim as coisas que nos cercam, não podemos

Aprisioná-las, com as mãos sujas de industrias.

Jorge Humberto

06/07/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 07/07/2007
Código do texto: T555688