SONHANDO A VIDA

Como este pinheiro bravo, onde me sento,

Natureza espargindo o imenso firmamento

Assim os ébrios céus, no calor da tardinha

Em rituais de azuis na noite que se avizinha.

Ao longe o mar se afigura, estreito e difuso,

Subindo fráguas em movimento confuso,

Como o retrato que ora emoldura a praia,

Em movimentos bêbados numa roda de saia.

É pau, é pedra, cápsula lunar, sonda espacial

Maquineta de outros tempos, velas e bornal,

Espadachim, foguete, onda média, televisão,

Bomba de neutrões, luneta, radiodifusão.

Ah, se eles soubessem, o que é sonhar aqui,

Não teriam principio nem meio nem fim,

Quando o sonho entrasse plos olhos adentro,

Como este pinheiro bravo onde me sento.

Jorge Humberto

14/07/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 15/07/2007
Código do texto: T565899