Casa de poesia

Criei uns versos marmota

de um lar que não existia.

Um prospecto de casa torta,

carente de benfeitoria.

A porta de entrada era estreita

e era bastante inclinada,

mas nunca estava fechada

nem nunca fazia desfeita.

Na sala uma linda cascata

serenava meus pensamentos.

Na copa, copinhos de lata

e armários sem mantimentos.

No banheiro, um velho ofurô,

escassa era a água que tinha.

um banho com meu amor

era tudo imaginação minha.

Um quarto, uma alcova, um segredo

da casa que não existia.

Dormir e acordar cedo

era um doce viver de alegria.

O projeto da casa torta,

da casa que não existia

não era uma coisa morta,

era um encanto de poesia.

Que linda era aquela casa!

Sonhava quem lá dormia,

e a felicidade acordava

na casa de poesia.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 16/08/2016
Código do texto: T5730077
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