"A Rainha das Bebidas" = Poesia de Louvor=

-Cerveja, faz tempo que a gente se conhece
Mas a gente nunca levou um papo demorado
Eu te ponho no copo, geladinha, você desce
E me dá a gostosa sensação do bom gelado

Mas, acredite, minha querida, quero um lero
Profundo, papo cabeça, e assunto demorado:
Sobre nós dois e nossa convivência eu quero
Se possível, escrever um verdadeiro tratado

Lembra quando eu te conheci, mocinho ainda?
Puxa vida!! Você já era essa loirinha gostosa
Que no começo me pareceu amarga e linda.
Mas depois, com o tempo passando, deliciosa

Quantas noites estivemos juntos só nós dois
Refletindo, bons companheiros, sobre a vida
E eu te consumindo antes, durante e depois
E você ali, firme, a postos, boa e convencida

Você trocou de nome então, e algumas vezes
No decorrer desses anos de vida acumulados
E com seus diversos apelidos, uns por meses
Outros por anos e anos por mim conservados

Generosa, amiga, companheira bem dedicada
Entrava goela adentro e saía, espalhafatosa
Com uma simples, demorada e boa urinada
Sem jamais deixar-me de ressaca horrorosa

Se eu entro em uma festa e ali você não está
A graça para mim saiu mais cedo e não volta
Perspectiva de alegria que era boa, virou má
E em meu peito surge, avassaladora, a revolta

Cervejinha, você sabe que não sou um viciado
Que até passamos bom tempo desencontrados
Mas, cá pra nós, que não nos ouça o destilado
Você é a Rainha. As outras? Papos refinados...
Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 22/07/2007
Reeditado em 22/07/2007
Código do texto: T574527
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