PEQUENAS MORTES

Ignoro ao mundo abraçando ao tédio,

E olhando torto para as tentativas de eternidade.

Ser eterno cansa e causa controvérsias

Num tempo de tolos e palhaços deslumbrados.

Por isso morrer é mais honesto.

Suja menos e não desgasta a alma.

Apenas deixo a musculatura se retirar dos ossos

como um poema ruim em estrofe mal ajambrada.

A culpa pertence a quem melhor se dá com dores.

Eu tenho apenas indiferença e cinismo.

Se a noite o véu do silêncio me cobrir,

Verá que o dia me foi apenas indolência.

Nada se transforma nem evolui.

Estar entre os vivos foi apenas perda de tempo.

E essa foi apensa uma pequena morte cínica

Das tantas que tenho ao longo do dia.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 01/11/2016
Código do texto: T5809884
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