Minha história

Quando ainda um menino,
Vivia intermitente a sonhar,
Fiquei esperando no divino,
Em qual escola iria estudar.

Até que um dia foi definido,
Seria a escola das Pederneiras,
Porque ali meus irmãos tinha ido,
Não tinha nenhuma outra maneira.

Pela estrada apedregulhada,
Descalço ia pisando no chão,
Para não mexer com a ninhada,
Atirava muitas pedras no gavião.

Meu coração feliz ficava,
Vendo a professora amada,
Porque assistia a chegada,
Não esqueço do que falava.

Meus queridos aprendizes,
Que bom vê-los novamente,
Vocês são as minhas raízes,
Que me faz seguir em frente.

Aquela que a mim instruía,
Meu futuro ainda incerto,
Atento a ouvir o que dizia,
Eu sempre ficava por perto.

A professora era tudo para mim,
Ela nunca deixou eu sozinho,
Certa de que eu iria até o fim,
Sempre indicava o melhor caminho.

O tempo passou rapidamente,
Como um estalinhos de dedos,
De tudo que gravei na mente,
Hoje resta muitos enredos.

Aquela que me lecionava,
E há muito tempo não a via,
Eu e muitos outros a amava,
Certo de que a encontraria.

Certo dia pelas ruas da cidade,
Que sorte! eu a encontrei,
Grande foi minha felicidade,
Muito, muito me emocionei.

Por tudo que ela me ensinou,
Hoje já consigo ler e escrever,
Certo de que o futuro já chegou,
Até estou conseguindo me ver.

Já estou arriscando rabiscar,
Aquilo que almejei um dia,
Para em lembranças guardar,
Hoje escrevo verso e poesia.

E digo que o nome dela é Ivone,
Sobrenome Cunto de Araújo,
Porque não há nada que desabone,
De sua sapiência Eu não fujo.