JÁ REPARARAM NA BELEZA

Já repararam na beleza, que há num riso,

De uma criança? Nas mãos de um ancião,

Que tudo faz – e o mais que é preciso –,

Para não cair em insalubre e néscia solidão?

Já repararam na beleza, que há numa mãe,

Embalando o seu filho, com carinho e afecto?

E quando chamas, lá de longe, por alguém,

Vir a certeza, de que não estás só, ó filho dilecto?

Com certeza, que não, porque mal vai o mundo!

Acorda, ó homem, não vês que está nas tuas

Mãos, a herança, que hei herdado? Ser infecundo,

Que, à desgraça tua, junta a dele – e são duas.

Jorge Humberto

24/08/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/08/2007
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