Sobre a felicidade

Quando penso no presente

Nada certo no momento

Tudo confuso e aos tropeços

Estou feliz, reconheço.

Quando acordo e o sol entra

Dentro de mim sem avisos

Me dá um certo tormento

Sou feliz e acredito.

Se acaso encontro um amigo

Para irmos vadiar

Rimos da vida e bebemos

Sou feliz, não vou negar.

O passado é de loucuras

E às vezes não me acho

Sempre fica uma lacuna

Eu sou feliz por descaso.

Penso em algum desvario

Para assustar o tédio

Logo me pego sorrindo

Sou feliz, mesmo sem crédito.

Se eu vejo alguém estranho

Logo pego a sua mão

Assim faço meus queridos

Sou feliz por afeição.

Às vezes tudo vai bem

Como arte de criança

Com riso no canto da boca

Sou feliz por implicância.